quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Dança perde a 'construtora' Ivonice Satie




Há um ano a dança perdeu a coreógrafa e bailarina Ivonice Satie. A matéria abaixo foi publicada no Diário do Grande ABC em 13 de agosto do ano passado.

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Uma guerreira. A definição é unanimidade entre os que conheceram Ivonice Satie. A bailarina e uma das mais conceituadas coreógrafas brasileiras faleceu na madrugada de terça-feira, aos 57 anos, vítima de câncer.

Ivonice consagrou-se na dança em quase meio século dedicado à arte. Atuou como bailarina e diretora de diversas companhias no Brasil e Exterior. No Grande ABC, fundou e dirigiu a Cia. de Danças de Diadema, na qual permaneceu entre 1995 a 2003. "Era uma pessoa de uma força imensa, pique e animação", diz a atual diretora do grupo, Ana Botosso, que trabalhou com Satie por cinco anos.

"Talvez tenha sido a pessoa mais importante na minha carreira, que me impulsionou como coreógrafo. Ela era muito empreendedora. Onde chegava, botava a mão e construía coisas. A dança perde muito", garante o bailarino e coreógrafo Sandro Borelli.

Recentemente, Ivonice ocupava os cargos de diretora artística da Companhia Sociedade Masculina, em São Paulo, e de consultora artística da Companhia de Dança do Amazonas e da Cia. de Danças de Diadema.

"A semente que plantou, as dificuldades que enfrentou, colhemos os frutos hoje. É uma pena perder uma pessoa como ela. Precisamos de ícones fortes na dança", afirma emocionada a bailarina andreense Andrea Thomioka, integrante do Balé da Cidade de São Paulo.

Foi com duas coreografias de Ivonice - Valsa Sem Nome e Shogun - que Andrea conquistou medalha de ouro no Concurso Internacional de Varna, na Bulgária, em 1996. No mesmo evento, um dos mais importantes do mundo, Satie recebeu medalha de prata de melhor coreografia por Shogun. Depois disso, foi convidada a remontar o mesmo balé para companhias do Exterior.

"Era uma excelente bailarina contemporânea, uma grande intérprete", relembra Toshie Kobayashi, amiga de Ivonice e outra importante figura da dança nacional.

Em março deste ano, a bailarina foi homenageada no Teatro da Dança. O evento Para Ivonice Satie reuniu grupos dos quais fez parte e bailarinos que apresentaram obras criadas por ela. Há poucos meses, também recebeu o título de cidadã diademense.

O enterro seria realizado terça-feira, no cemitério do Morumbi, em São Paulo. Deixou mãe, filha e dois netos.

Trajetória
Ivonice começou a dançar aos 9 anos, na Escola Municipal de Bailados de São Paulo. "Ela iniciou no clássico, subia nas pontas. Girava feito um peão", conta Toshie Kobayashi.

Aos 17 anos, entrou para o Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo - atual Balé da Cidade - onde permaneceu por 14 anos, atuando como bailarina, assistente de coreografia e de direção. Entre 1983 e 1989 dançou no Ballet du Grand Théatre de Genève, no qual também foi assistente coreográfica.

Em 1993, a filha de imigrantes japoneses assumiu a direção do Balé da Cidade de São Paulo. O grupo passou a ganhar destaque no cenário da dança internacional, firmando-se como um dos mais importantes do País. Em 1997, deixou o cargo, mas o reassumiu em 1999. Também foi diretora da Companhia de Danças do Amazonas, e coreografou para grupos no País e Exterior.

Por Juliana Ravelli

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Grupo Corpo - Bach

Grupo Corpo estreia Imã


Desculpem pela ausência. Voltei.

Com uma semana de atraso escrevo sobre o espetáculo que assisti no dia 5, Imã, o novo trabalho do Grupo Corpo que estreou no Teatro Alfa, em São Paulo.

Para sorte da platéia, mais uma vez os irmãos Pederneiras foram felizes – e muito – em sua nova concepção. Novamente, Rodrigo colocou em cena uma orquestra de corpos brasileiríssimos dançando uma coreografia impecavelmente musical.

Energia e vigor dos bailarinos – em excelente forma física – estiveram presentes em toda a apresentação. Ao contrário de Breu (2007), mais denso e no qual predominavam as sequências no chão, Imã é leve, repleto de saltos.

Destaque para a riquíssima – em diversidade de sons e instrumentos - trilha sonora composta pelo + 2 (formado por Moreno Veloso, Domenico Lancelotti e Kassin) e para a iluminação de Paulo Pederneira, que utilizou pela primeira vez um novo equipamento (com tecnologia led) capaz de produzir transições de cores e nuances nunca vistas em um palco brasileiro.

Imã compõe a segunda parte da turnê do Corpo no Alfa. A obra que abre o espetáculo é Bach (1996), homenagem ao barroco tão presente nas Minas Gerais de Aleijadinho.

Pelo antigo e pelo novo trabalho, certamente o Corpo mereceu os aplauso e os bravos que recebeu naquela noite.

Onde
Teatro Alfa - Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 5693-4000
12 a 16 de agosto (quartas, quintas e sábados, às 21h; sextas, às 21h30 e domingo, às 18h)
Ingressos: R$ 40 a R$ 90
Por Juliana Ravelli
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