segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Morre o professor das estrelas David Howard

Triste em saber que David Howard morreu no domingo. Eu e certamente milhares de alunas no Brasil e no mundo fizemos muitas aulas de ballet com os CDs desenvolvidos pelo famoso professor de Nova York. Eu mesma também ensinei muitas crianças ao som deles.

Minha tristeza talvez se deva ao fato de Mr. Howard estar ligado a ótimas memórias da minha adolescência. Naquela época, a gente achava o máximo falar: "Nossa, sabe aquele CD do David Howard?!" Na verdade, a gente ficava orgulhosa de saber quem ele era.

Na ocasião, poucas tinham acesso à internet. Não havia YouTube, Wikipedia ou algo semelhante. Por isso, descobrir e conhecer essas figuras da dança era sensacional, um tipo de conquista.

David Howard era conhecido como o professor das estrelas; deu aulas para Gelsey Kirkland (que fala sobre ele no livro Dançando em Meu Túmulo), Natalia Makarova, Cynthia Harvey, Mikhail Baryshnikov, só para citar alguns nomes. E isso sem contar o trabalho como convidado em grandes companhias pelo mundo e competições internacionais.

O curioso (para mim, pois não sabia) é que ele era britânico. Chegou a ser solista do Royal Ballet. Nos anos 1960, mudou-se para Nova York e encontrou sua vocação: ensinar.

Em 2005, quando fomos dançar no Youth America Grand Prix, também fizemos aulas na Broadway Dance Center. Certo dia, ao pegar a tabela com o nome dos professores e o horário das aulas, quase enlouqueci ao ver escrito: David Howard. Mostrei para algumas amigas e, empolgadas, fomos rapidamente nos inscrever para aula. Naquela semana, disse a moça que nos atendeu, Mr. Howard estava fora; não daria suas aulas. Em seu lugar, estaria Gelsey Kirkland. Mas a sala já estava cheia. No fim, tive de me contentar em assistir (o que já foi uma grande coisa).

Aguardava o dia em poder voltar para Nova York para fazer a famosa aula de David Howard. Um dos meus sonhos. Engraçado, pois na minha cabeça, ele continuava com a mesma cara que aparecia nos encartes de seus CDs. É um baque constatar que David já era um velhinho. É um baque perceber que os anos passam, todos envelhecem e, um dia, vão embora.

Abaixo trechos de duas aulas do professor. Hoje, há vários vídeos dele no YouTube!




sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Meu pai é Baryshnikov



Não, meu pai não é Baryshnikov. E esse não é um post que pode resultar num escândalo sem precedentes. Meu Pai é Baryshnikov é o filme pelo qual fiquei extremamente curiosa para assistir quando vi a programação do 17° Festival de Cinema Judaico de São Paulo. Infelizmente, não dei sorte com o dia da exibição.

Dirigido por Dmitry Povolotsky, o longa russo de 2011 se passa nos anos 1980, durante a Perestroika. Conta a história de Boris, aluno da tradicional escola de ballet do Teatro Bolshoi.


Magrelo e sem o talento necessário para ser a 'estrela' da turma, o adolescente espalha entre os colegas que é filho ilegítimo de Baryshnikov. Isso acontece depois que Boris assiste ao filme O Sol da Meia-Noite (1985), protagonizado pelo bailarino desertor.

Espero encontrar e ver o longa em breve (quem achar, por favor, me avisa). Por enquanto, temos de nos contentar com o trailer sem legenda e em russo (eu acredito). Vasculhei a internet e não achei nem o vídeo em inglês.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval e as comissões de frente da Vila Isabel

Confesso, sou apaixonada por Carnaval. Sei que existem muitos problemas, coisas erradas, mas fico extremamente emocionada com o amor, dedicação e alegria das "comunidades". É o momento de pessoas simples subirem em seu palco e receber os aplausos da plateia.

Desde muito pequena assisto aos desfiles. Minha paixão, porém, cresceu a partir de 1995, quando a Beija-Flor de Nilópolis levou para a Marquês de Sapucaí enredo sobre a cantora lírica Bydu Sayão. Desde então, nunca mais saíram da minha cabeça os versos: "Neste palco surge ela, Bydu Sayão. Sacudindo a passarela, quanta emoção. E a minha Beija-Flor vem aplaudir Bachianas e O Guarani". Colocar num samba violinos e um coral lírico definitivamente foi demais. Roubaram meu coração.

A Vila Isabel ganhou o Carnaval deste ano. Pensei em falar um pouquinho sobre a comissão de frente da escola coreografada pelo Marcelo Misailidis, eterno primeiro bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Na realidade, lembrei da comissão que ele fez em 2010 para o enredo da Vila sobre o Noel Rosa (primeiros quatro minutos no segundo vídeo abaixo). Coreografia elegante, sensível e lindíssima! Sambistas transformavam seus violões em mulatas e mesinhas de bar!

Neste ano, a Vila falou sobre a agricultura brasileira (o samba composto por Martinho da Vila e Arlindo Cruz é sensacional). A comissão se apresentava sobre um grande caixote, que representava o transporte dos produtos colhidos na roça e levados para a cidade. Parte dos integrantes dançava com roupas de festa junina; a outra surgia como plantas nascendo da terra. Tinha ainda um terceiro grupo que aparecia como as pragas que comem os vegetais, e um quarto interpretando o povo do campo. Também achei o trabalho maravilhoso!

Há muitos anos o pessoal - bailarinos, professores, diretores - do Theatro Municipal está envolvido no Carnaval carioca, criando ótimas comissões de frente e participando delas. Qualquer dia posto outras!  

 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Vídeos de brasileiros no Prix de Lausanne

O Brasil teve duas grandes conquistas no Prix de Lausanne 2013. Leticia Domingues, da Escola de Dança Petite Danse, no Rio de Janeiro, e o Adhonay Silva, do Balé Jovem do Centro Cultural Gustav Ritter, em Goiânia, foram premiados!


Pensei, então, em mostrar para vocês vídeos de outros brasileiros que se destacaram em Lausanne. O primeiro, de 1996, traz Marcelo Gomes, aos 16 anos, na variação de O Quebra-Nozes! Reparem na musicalidade e nas caminhadas dele! Depois, tem a estrela do American Ballet no lindíssimo solo Gracioso.

O terceiro e o quarto vídeo, de 2008, mostram Marcella Paiva na Valsa de Coppélia e em seu solo. No mesmo ano, Irlan Silva (protagonista do documentário Only When I Dance) apresentou Corsário e um solo ousado.

Por fim, tem os vídeos da Mayara Magri, em 2011, também na Valsa de Coppélia e no solo em que eu amei a bailarina, coreografia e música.

Infelizmente, não achei vídeo da primeira brasileira agraciada no concurso de 1990: Christiane Palha, que tinha 15 anos na ocasião.









domingo, 3 de fevereiro de 2013

Maurice Béjart e a reverence com The Show Must Go On

Reverences, em geral, me emocionam muito. O agradecimento, feito ao fim do espetáculo, é a hora de o artista receber sua grande recompensa: o aplauso do público. Fico muito brava quando alguém - plateia ou mesmo bailarinos - não respeitam esse momento.

Toda vez que vejo uma reverence em particular tenho dificuldade em segurar o choro. Trata-se do agradecimento que Maurice Béjart e sua companhia faziam ao som de The Show Must Go On, do Queen.

A música é sensacional e tem tudo a ver com quem é artista. Ela começa e a luz do palco acende com Béjart em cena. Aos poucos os bailarinos da Béjart Ballet Lausanne entram e cumprimentam o coreógrafo. E então, no refrão, todos apenas caminham olhando para o público. É de arrepiar!

A reverence está no DVD Maurice Béjart: L'Amour - La Danse (2006). Confiram a cena:

 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sara Mearns, primeira bailarina do New York City Ballet

Fotos: Reprodução

Faz muito tempo que quero fazer um post sobre a Sara Mearns, primeira bailarina do New York City Ballet. Já até comentei sobre ela com algumas amigas.

Fiquei apaixonada pela Sara ao ver umas fotos de O Lago dos Cisnes no The New York Times (clique aqui e você entenderá do que falo). Os críticos, aliás, a adoram; já disseram que é a maior bailarina norte-americana de sua geração. Elogiam sua dramaticidade, musicalidade e técnica. E eu simplesmente amo bailarinas que realmente interpretam suas personagens. Na minha opinião, a Sara alia as grandes qualidades artísticas das bailarinas do passado às 'facilidades' e evoluções técnicas das profissionais do presente.

Ela é de uma força e segurança impressionantes! E sabe outro detalhe bacana? O físico dela não é o padrão. É magra, mas tem ombros largos e pernas musculosas.

Sara nasceu em Columbia, na Carolina do Sul. Começou a fazer ballet aos 3 anos. Entrou para a escola do NYCB em 2001. Três anos depois se tornou integrante do corpo de baile da companhia. Em março de 2006 virou solista e, finalmente, foi promovida ao posto de primeira bailarina em junho de 2008.

Na sua página no site do NYCB tem um vídeo com trecho do pas de deux de Diamantes. Não tem como não se encantar! Ela me emociona muito!

Na entrevista abaixo Sara fala que nunca sonhou ser primeira bailarina quando era criança. Conta sobre quando, aos 19 anos, foi escalada para o papel principal de O Lago dos Cisnes. Peter Martins, diretor do NYCB, fala sobre a ocasião. Tem ainda depoimento do Alastair Macaulay, crítico do The New York Times. E, claro, há trechos de Sara dançando, incluindo o pas de deux de Lago que fez aos 10 anos com o irmão! Infelizmente, o vídeo não tem legenda.


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Adágio da Rosa com Fonteyn e Darcey Bussell

No sábado (26) assisti ao espetáculo do Cuballet 2013. Na 21ª edição eles apresentaram A Bela Adormecida. Duas alunas minhas dançaram!

Bem, isso me fez lembrar do maravilhoso Adágio da Rosa com a sempre diva Margot Fonteyn! Depois tem a outra diva do Royal Ballet: Darcey Bussell.

Vocês têm uma preferida?

  

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Baryshnikov completou 65 anos!

Annie Leibovitz/ Reprodução

Estou um pouquinho atrasada, mas não posso deixar de escrever sobre Mikhail Baryshnikov, que completou 65 anos no dia 28. O bailarino nasceu em Riga, na Letônia, em 1948. Estudou na Escola Vaganova, em Leningrado (hoje São Petersburgo), e dançou no Kirov, nos anos 1960. Exilou-se no Canadá em 1974 e, mais tarde, naturalizou-se norte-americano.

Nos Estados Unidos trabalhou no New York City Ballet. Mas foi no American Ballet Theater que virou 'rei'. Além de primeiro bailarino, tornou-se diretor artístico da companhia, na qual produziu remontagens inesquecíveis, como Dom Quixote (aquele com a linda Cynthia Harvey)! Essa versão, aliás, marcou minha adolescência!

Baryshnikov é um dos maiores bailarinos do século 20, ao lado de Vaslav Nijinsky e Rudolf Nureyev. Em 1977 atuou no longa Momento de Decisão, pelo qual recebeu indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante (isso realmente me deixa de boca aberta)! Em 1985 fez O Sol da Meia Noite ao lado do talentosíssimo Gregory Hines. Os dois filmes são maravilhosos! Quem ainda não viu precisa conferir!

Tive a oportunidade de participar da coletiva de imprensa com o Misha (seu apelido) durante a turnê que fez com a espanhola Ana Laguna, em 2010. Foi um dos dias mais incríveis da minha vida! E é lógico que eu tive uma baita dor de barriga na ocasião. Ele tem a presença e os olhos de um grande artista. Mas a coisa que mais me impressionou foi a altura dele. Baryshnikov é um pouquinho só mais alto do que eu (tenho 1,63 m). Como o homem pode ser um gigante em cena?

Em 2005 o bailarino inaugurou o fabuloso Baryshnikov Arts Center, que fomenta o trabalho de novos coreógrafos.

Não sei se vocês sabem, mas a fotografia é uma das paixões do Misha. Ele é muito amigo da fotógrafa Annie Leibovitz, que já produziu imagens lindas dele. Outra curiosidade é que sua filha mais velha Aleksandra é fruto do relacionamento com a atriz Jessica Lange. Tem um longo relacionamento com a bailarina Lisa Rinehart com quem teve Peter, Anna e Sofia.

Abaixo dois vídeos: Baryshnikov em Le Jeune Homme et La Mort, de Roland Petit, e o sensacional duo com Gregory Hines. As duas cenas são de O Sol da Meia Noite.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Theme and Variations com Gelsey e Baryshnikov

Na quarta-feira (23) fiz um breve comentário sobre a Gelsey Kirkland e sua autobiografia Dançando em Meu Túmulo. Neste post, não vou falar muito sobre o livro e Gelsey, uma das maiores bailarinas norte-americanas do século 20. Mas vou publicar um vídeo fantástico, de 1978, em que ela dança Theme and Variations com o Baryshnikov.

 O ballet foi coreografado por George Balanchine em 1947. Alicia Alonso e Igor Youskevitch fizeram o casal principal na estreia. A música é de Tchaikovsky: o último movimento da Suíte n° 3 para Orquestra em G Maior, Op. 55. Coreografia lindíssima e extremamente difícil! A polonaise final é de tirar o fôlego.

A técnica da Gelsey me assusta!

Vale tirar alguns minutos para assistir ao vídeo! No fim tem uma entrevista com ela em que fala, por exemplo, sobre a dificuldade de Theme and Variations e como é virar uma celebridade nacional!



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Benjamin Millepied é o novo diretor do Ópera de Paris

Foto: Alexander Wagner/ Divulgação
O coreógrafo e bailarino francês Benjamin Millepied, 35 anos, será o novo diretor de dança do Ópera de Paris. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (24). Ele vai ocupar o cargo que já foi de Serge Lifar e Rudolf Nureyev. Mas isso só deve se concretizar em setembro de 2014, quando Brigitte Lefèvre se aposentar e deixar a posição.

Millepied se tornou mundialmente conhecido depois de Cisne Negro (2010). Além de atuar, foi o responsável pelas coreografias do filme e pela preparação da atriz Natalie Portman. E foi durante as filmagens que ele conquistou o coração da moça. Tiveram um filho e estão casados.

Foi Millepied quem abriu as portas do New York City Ballet para Darren Aronofsky realizar o longa. Na companhia norte-americana, o bailarino permaneceu de 1995 a 2011. Há alguns anos já vinha se destacando como coreógrafo. Em 2006 fez a bem-humorada Years Later especialmente para Baryshnikov; a coreografia foi apresentada no Brasil, durante a turnê do mito de 2010.

Pelas declarações que deu à imprensa, o francês parece estar realmente feliz. Não é para menos; ele vai dirigir uma das mais tradicionais e prestigiadas companhias de dança clássica do mundo. Mas confesso que tem uma pulga atrás da minha orelha. Por que Millepied, já que existiam fortes candidatos na casa?

Em sua defesa, Millepied disse em entrevista ao New York Times que não é um total estrangeiro, afinal, cresceu na França. E apesar de não ter frequentado o Ópera, absorveu ideias similares às da companhia durante seu treinamento.

O francês afirmou ainda que pretende incentivar o trabalho de novos coreógrafos e fazer com que os bailarinos dancem obras além do repertório clássico.

Estou torcendo. Vamos ver no que vai dar!

Enquanto isso, confira Years Later. A gravação não está boa, mas dá para ter uma ideia do trabalho de Millepied como coreógrafo.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Eu amo a dança (e o triste caso de Sergei Filin)


Eu amo a dança. Disso meus amigos e minha família já sabem. A dança roubou minha alma quando era bem pequena. Eu nem tinha entrado no ballet quando a professora da primeira série pediu para a gente desenhar o que gostaria de ser quando crescer. Rabisquei duas coisas: uma bailarina e uma poetisa. Parece que previ meu futuro.

Mas, às vezes, amamos tanto uma coisa que num determinado momento precisamos nos afastar um pouco dela. Eu já tentei ficar bem longe. Não consigo. Continuo a fazer pliés, tendus e fouettes, embora meu corpo suplique por menos esforço. Então, a tática desenvolvida foi 'limitar' o tempo dedicado à dança para que ela não me consumisse tanto. Desse modo, tenho 'dosado' o ballet no meu dia a dia. Em parte por isso fiquei tanto tempo sem escrever aqui.

Tentarei agora cuidar melhor do blog, algo que também adoro fazer. Hoje, fiquei pensando na redação sobre o que poderia falar, qual post marcaria o meu retorno. Matutei e lembrei do assunto mais 'quente' (usando o jargão jornalístico) do momento: o ataque a Sergei Filin.

Como muitos devem saber, o diretor do Bolshoi e ex-bailarino, de 42 anos, foi atacado no dia 17 em Moscou. Um agressor encapuzado jogou ácido no rosto de Filin. Apesar de não correr risco de perder a visão, sua recuperação vai demorar pelo menos seis meses.

Ontem li a entrevista que a Folha de S. Paulo fez com a brasileira Mariana Gomes, que está há sete anos na Cia. O relato da brasileira assusta e comove. Ela menciona os vidros na sapatilha e as agulhas nos arranjos de cabelo. O pior é que, infelizmente, histórias desse tipo são mais comuns do que imaginamos. Um teatro pode esconder uma verdadeira selva com artistas capazes de fazer qualquer coisa para 'vencer'.

A arte, de modo geral, fomenta a vaidade e, por consequência, a inveja. Para piorar, a concorrência é gigantesca. Existe muita gente boa. Talento e esforço não bastam. Para ser bailarino entram na conta fatores complexos e subjetivos. Quem não lida bem com a derrota e com o sucesso alheio surta.

Parece exagero, mas há muitos anos digo que as meninas e meninos que desejam ser bailarinos e começam a trabalhar sério para isso deveriam receber acompanhamento psicológico. Como a própria Mariana falou, tem gente que vai parar em manicômio durante as turnês.

Quem já leu Dançando em Meu Túmulo, da norte-americana Gelsey Kirkland, sabe do que um bailarino é capaz para alcançar seus objetivos.

Muitos amigos me perguntaram: "Mas é daquele jeito que aparece no filme?", referindo-se a Cisne Negro. "Em muitos aspectos é. Tem gente que enlouquece mesmo", respondia.

Como pessoas cuja principal função é encantar plateias podem ser capazes de atos tão atrozes? Não sei. Só sei que existe muita coisa suja e errada na dança, assim como na política, no futebol e em tantas outras áreas. A arte não é imaculada.

A coisa já é feia nos festivais de dança. Nos concursos, em que a maioria dos participantes é adolescente, somem sapatilhas, figurinos, arranjos, maquiagens, além de dinheiro, celulares... Em cursos oferecidos nesses eventos há alunos que empurram, passam a perna, tomam a frente dos colegas de outras escolas sem o mínimo de educação. Não dá para esperar que esses mesmos jovens mudem seus hábitos quando se tornarem profissionais, dá?!

Enfim... É um ótimo assunto para discutir.

De todo modo, vamos torcer para que Filin se recupere logo e para que os artistas sejam mais éticos.

Abaixo o diretor do Bolshoi na variação de Don Quixote. Técnica impecável!


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