sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Os bastidores de um clássico do balé

Silêncio na plateia. Cenários e bailarinos com maquiagem e figurinos estão no palco. Tudo parece pronto e a coreografia começa. Até que alguém diz ao microfone: "Volta". Assim é o ensaio geral de uma grande produção. Na noite de quinta-feira, a Companhia do Theatro Municipal do Rio de Janeiro fazia os últimos ajustes para "O Quebra-Nozes", que apresenta neste fim de semana no Teatro Abril, em São Paulo.

O conto traz a história da menina Clara, que ganha um boneco quebra-nozes no Natal. À noite, o brinquedo ganha vida, vira príncipe e embarca com a garota rumo ao Reino dos Doces.

Tudo tem de estar no devido lugar e deve ser executado no tempo certo para a perfeccionista Dalal Achcar, responsável pela adaptação. E afinidade com esse balé não lhe falta, afinal, foi a primeira bailarina a interpretar a Fada Açucarada (personagem principal do bailado) no Brasil, em 1957.

Há quase 10 anos a companhia carioca não subia em palcos paulistas com um balé completo. São 150 pessoas - 30 crianças, 80 bailarinos e 40 técnicos - envolvidas na montagem do espetáculo. Foram necessários quatro caminhões para trazer todos os adereços e equipamentos.

"É o carro chefe do Theatro Municipal há vários anos. "O Quebra-Nozes" tem recorde de público. É maravilhoso poder trazê-lo para outro público e mostrar a companhia completa", afirma Dalal.

Para interpretar os papéis de Fada Açucarada e Príncipe vieram especialmente da Inglaterra a brasileira Roberta Marquez, primeira bailarina do Royal Ballet (uma das principais companhias do mundo), e o cubano Arionel Vargas, primeiro bailarino do English National Ballet de Londres. Eles são namorados e dançarão pela primeira vez juntos.

Roberta, que está em temporada em Londres, aproveitou uma semana de folga para estar no Brasil. "É a companhia do coração, onde eu comecei a dançar e aprendi tudo o que sei. É sempre um prazer e um privilégio estar aqui de volta", diz Roberta.

O Quebra-Nozes - Teatro Abril - Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 411, São Paulo. Telefone: 2846-6000. Hoje (19), às 17h e 21h. Domingo, às 16h. Ingressos: R$ 80 a R$ 140

Por Juliana Ravelli

* Matéria publicada originalmente no Diário do Grande ABC, em 19 de dezembro de 2009.

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