quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Adágio da Rosa com Fonteyn e Darcey Bussell

No sábado (26) assisti ao espetáculo do Cuballet 2013. Na 21ª edição eles apresentaram A Bela Adormecida. Duas alunas minhas dançaram!

Bem, isso me fez lembrar do maravilhoso Adágio da Rosa com a sempre diva Margot Fonteyn! Depois tem a outra diva do Royal Ballet: Darcey Bussell.

Vocês têm uma preferida?

  

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Baryshnikov completou 65 anos!

Annie Leibovitz/ Reprodução

Estou um pouquinho atrasada, mas não posso deixar de escrever sobre Mikhail Baryshnikov, que completou 65 anos no dia 28. O bailarino nasceu em Riga, na Letônia, em 1948. Estudou na Escola Vaganova, em Leningrado (hoje São Petersburgo), e dançou no Kirov, nos anos 1960. Exilou-se no Canadá em 1974 e, mais tarde, naturalizou-se norte-americano.

Nos Estados Unidos trabalhou no New York City Ballet. Mas foi no American Ballet Theater que virou 'rei'. Além de primeiro bailarino, tornou-se diretor artístico da companhia, na qual produziu remontagens inesquecíveis, como Dom Quixote (aquele com a linda Cynthia Harvey)! Essa versão, aliás, marcou minha adolescência!

Baryshnikov é um dos maiores bailarinos do século 20, ao lado de Vaslav Nijinsky e Rudolf Nureyev. Em 1977 atuou no longa Momento de Decisão, pelo qual recebeu indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante (isso realmente me deixa de boca aberta)! Em 1985 fez O Sol da Meia Noite ao lado do talentosíssimo Gregory Hines. Os dois filmes são maravilhosos! Quem ainda não viu precisa conferir!

Tive a oportunidade de participar da coletiva de imprensa com o Misha (seu apelido) durante a turnê que fez com a espanhola Ana Laguna, em 2010. Foi um dos dias mais incríveis da minha vida! E é lógico que eu tive uma baita dor de barriga na ocasião. Ele tem a presença e os olhos de um grande artista. Mas a coisa que mais me impressionou foi a altura dele. Baryshnikov é um pouquinho só mais alto do que eu (tenho 1,63 m). Como o homem pode ser um gigante em cena?

Em 2005 o bailarino inaugurou o fabuloso Baryshnikov Arts Center, que fomenta o trabalho de novos coreógrafos.

Não sei se vocês sabem, mas a fotografia é uma das paixões do Misha. Ele é muito amigo da fotógrafa Annie Leibovitz, que já produziu imagens lindas dele. Outra curiosidade é que sua filha mais velha Aleksandra é fruto do relacionamento com a atriz Jessica Lange. Tem um longo relacionamento com a bailarina Lisa Rinehart com quem teve Peter, Anna e Sofia.

Abaixo dois vídeos: Baryshnikov em Le Jeune Homme et La Mort, de Roland Petit, e o sensacional duo com Gregory Hines. As duas cenas são de O Sol da Meia Noite.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Theme and Variations com Gelsey e Baryshnikov

Na quarta-feira (23) fiz um breve comentário sobre a Gelsey Kirkland e sua autobiografia Dançando em Meu Túmulo. Neste post, não vou falar muito sobre o livro e Gelsey, uma das maiores bailarinas norte-americanas do século 20. Mas vou publicar um vídeo fantástico, de 1978, em que ela dança Theme and Variations com o Baryshnikov.

 O ballet foi coreografado por George Balanchine em 1947. Alicia Alonso e Igor Youskevitch fizeram o casal principal na estreia. A música é de Tchaikovsky: o último movimento da Suíte n° 3 para Orquestra em G Maior, Op. 55. Coreografia lindíssima e extremamente difícil! A polonaise final é de tirar o fôlego.

A técnica da Gelsey me assusta!

Vale tirar alguns minutos para assistir ao vídeo! No fim tem uma entrevista com ela em que fala, por exemplo, sobre a dificuldade de Theme and Variations e como é virar uma celebridade nacional!



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Benjamin Millepied é o novo diretor do Ópera de Paris

Foto: Alexander Wagner/ Divulgação
O coreógrafo e bailarino francês Benjamin Millepied, 35 anos, será o novo diretor de dança do Ópera de Paris. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (24). Ele vai ocupar o cargo que já foi de Serge Lifar e Rudolf Nureyev. Mas isso só deve se concretizar em setembro de 2014, quando Brigitte Lefèvre se aposentar e deixar a posição.

Millepied se tornou mundialmente conhecido depois de Cisne Negro (2010). Além de atuar, foi o responsável pelas coreografias do filme e pela preparação da atriz Natalie Portman. E foi durante as filmagens que ele conquistou o coração da moça. Tiveram um filho e estão casados.

Foi Millepied quem abriu as portas do New York City Ballet para Darren Aronofsky realizar o longa. Na companhia norte-americana, o bailarino permaneceu de 1995 a 2011. Há alguns anos já vinha se destacando como coreógrafo. Em 2006 fez a bem-humorada Years Later especialmente para Baryshnikov; a coreografia foi apresentada no Brasil, durante a turnê do mito de 2010.

Pelas declarações que deu à imprensa, o francês parece estar realmente feliz. Não é para menos; ele vai dirigir uma das mais tradicionais e prestigiadas companhias de dança clássica do mundo. Mas confesso que tem uma pulga atrás da minha orelha. Por que Millepied, já que existiam fortes candidatos na casa?

Em sua defesa, Millepied disse em entrevista ao New York Times que não é um total estrangeiro, afinal, cresceu na França. E apesar de não ter frequentado o Ópera, absorveu ideias similares às da companhia durante seu treinamento.

O francês afirmou ainda que pretende incentivar o trabalho de novos coreógrafos e fazer com que os bailarinos dancem obras além do repertório clássico.

Estou torcendo. Vamos ver no que vai dar!

Enquanto isso, confira Years Later. A gravação não está boa, mas dá para ter uma ideia do trabalho de Millepied como coreógrafo.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Eu amo a dança (e o triste caso de Sergei Filin)


Eu amo a dança. Disso meus amigos e minha família já sabem. A dança roubou minha alma quando era bem pequena. Eu nem tinha entrado no ballet quando a professora da primeira série pediu para a gente desenhar o que gostaria de ser quando crescer. Rabisquei duas coisas: uma bailarina e uma poetisa. Parece que previ meu futuro.

Mas, às vezes, amamos tanto uma coisa que num determinado momento precisamos nos afastar um pouco dela. Eu já tentei ficar bem longe. Não consigo. Continuo a fazer pliés, tendus e fouettes, embora meu corpo suplique por menos esforço. Então, a tática desenvolvida foi 'limitar' o tempo dedicado à dança para que ela não me consumisse tanto. Desse modo, tenho 'dosado' o ballet no meu dia a dia. Em parte por isso fiquei tanto tempo sem escrever aqui.

Tentarei agora cuidar melhor do blog, algo que também adoro fazer. Hoje, fiquei pensando na redação sobre o que poderia falar, qual post marcaria o meu retorno. Matutei e lembrei do assunto mais 'quente' (usando o jargão jornalístico) do momento: o ataque a Sergei Filin.

Como muitos devem saber, o diretor do Bolshoi e ex-bailarino, de 42 anos, foi atacado no dia 17 em Moscou. Um agressor encapuzado jogou ácido no rosto de Filin. Apesar de não correr risco de perder a visão, sua recuperação vai demorar pelo menos seis meses.

Ontem li a entrevista que a Folha de S. Paulo fez com a brasileira Mariana Gomes, que está há sete anos na Cia. O relato da brasileira assusta e comove. Ela menciona os vidros na sapatilha e as agulhas nos arranjos de cabelo. O pior é que, infelizmente, histórias desse tipo são mais comuns do que imaginamos. Um teatro pode esconder uma verdadeira selva com artistas capazes de fazer qualquer coisa para 'vencer'.

A arte, de modo geral, fomenta a vaidade e, por consequência, a inveja. Para piorar, a concorrência é gigantesca. Existe muita gente boa. Talento e esforço não bastam. Para ser bailarino entram na conta fatores complexos e subjetivos. Quem não lida bem com a derrota e com o sucesso alheio surta.

Parece exagero, mas há muitos anos digo que as meninas e meninos que desejam ser bailarinos e começam a trabalhar sério para isso deveriam receber acompanhamento psicológico. Como a própria Mariana falou, tem gente que vai parar em manicômio durante as turnês.

Quem já leu Dançando em Meu Túmulo, da norte-americana Gelsey Kirkland, sabe do que um bailarino é capaz para alcançar seus objetivos.

Muitos amigos me perguntaram: "Mas é daquele jeito que aparece no filme?", referindo-se a Cisne Negro. "Em muitos aspectos é. Tem gente que enlouquece mesmo", respondia.

Como pessoas cuja principal função é encantar plateias podem ser capazes de atos tão atrozes? Não sei. Só sei que existe muita coisa suja e errada na dança, assim como na política, no futebol e em tantas outras áreas. A arte não é imaculada.

A coisa já é feia nos festivais de dança. Nos concursos, em que a maioria dos participantes é adolescente, somem sapatilhas, figurinos, arranjos, maquiagens, além de dinheiro, celulares... Em cursos oferecidos nesses eventos há alunos que empurram, passam a perna, tomam a frente dos colegas de outras escolas sem o mínimo de educação. Não dá para esperar que esses mesmos jovens mudem seus hábitos quando se tornarem profissionais, dá?!

Enfim... É um ótimo assunto para discutir.

De todo modo, vamos torcer para que Filin se recupere logo e para que os artistas sejam mais éticos.

Abaixo o diretor do Bolshoi na variação de Don Quixote. Técnica impecável!


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