quarta-feira, 7 de abril de 2010

Balé não é só coisa de menina

Não foi à toa que o francês Maurice Bejart - um dos mais importantes coreógrafos do século 20 - disse: "A dança é homem". Afinal, pesquisadores afirmam que a maioria das danças de diversas etnias na África, Ásia e América sempre era voltada para o sexo masculino. Outro homem, o rei da França Luís XVI, foi responsável pelo principal impulso para o desenvolvimento do balé clássico ao criar, em 1661, a Real Academia de Dança.

Desde então, a participação masculina é essencial para a evolução dessa arte. Aliás, o que seria das bailarinas sem eles? Mas dedicar-se ao balé não é fácil. Engana-se quem imagina que os passos são delicados. Da mesma forma que as meninas, os rapazes que desejam se profissionalizar passam horas intermináveis nas salas de aula em busca da técnica perfeita. Suor, dores e machucados fazem parte da rotina.

E para o bailarino não basta apenas dançar bem, é preciso ainda ser bom partner (parceiro, em francês). "Tem de priorizar a bailarina, cuidar dela. Bons partners são raros. Sempre vai ter emprego para eles", afirma Erinaldo Conrado, professor de pas de deux (dança do casal) do Kleine Szene Estúdio de Dança, em Santo André.

DESAFIOS
As dificuldades não ficam restritas à execução de passos. Em geral, meninos começam mais tarde do que as meninas porque nem sempre contam com o apoio da família ou têm coragem para encarar o preconceito.

Caio Fernandes, 20 anos, iniciou o clássico aos 16 e teve de persistir muito para convencer os pais de que seguiria a carreira artística. "Queriam que eu fizesse faculdade para ter emprego com carteira registrada", diz. Ele enfrentou tudo com determinação e no ano passado saiu de casa, em Guarulhos, para viver em Santo André. Pela manhã, trabalha na secretaria da escola em que faz balé. Às 14h30, inicia a maratona de aulas e ensaios, que só acabam no fim da noite. "Tudo vale a pena", garante.

Mesmo com o apoio dos pais, Darcio Wilson Gonzales, 17, começou o balé aos 15. No entanto, isso não o impede de trabalhar duro em busca de seu sonho. "Não me vejo fazendo outra coisa. Se aparecer uma oportunidade no Exterior, vou embora. Se não der, tento entrar numa companhia no Brasil."

PRECONCEITO
Humberto Ramazzina dos Reis, 12, passeava com o avô quando parou para ver uma aula de balé. Interessou-se e pediu aos pais para conhecer. Na época, tinha apenas 6 anos. No colégio, todo mundo sabe que ele adora dançar, e já teve de ouvir poucas e boas de quem não tem noção do que é ser bailarino. "Já me chamaram de gay e veadinho, mas nem ligo", diz o garoto, que já participou de duas óperas no Teatro Municipal de São Paulo.

Por Juliana Ravelli


* Matéria de capa do suplemento D+, do Diário do Grande ABC, do dia 14 de março. Confira o restante da matéria abaixo!

7 comentários:

  1. OLá Juliana!!!

    Grande prazer recebe-la em meu espaço virtual, agora espero sua visita real, e quem sabe você volta a fazer plies e a dançar?! Terei o maior prazer em poder favorecer sua volta a isso que tanto ama!

    Gostei mutio dos seus posts, e eu abri bolsas de estudos para homens que queira fazer ballet clássico! Como faço para te passar a divulgação, acho que tem muito a ver com todos os seus posts deste mês!

    Tenho twitter também! Me segue: balletadultokr
    Facebook: Karen Ribeiro

    um grande beijo no coração,

    Karen Ribeiro

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  2. Olá!
    Lindo blog!

    Na minha escola de dança os meninos são bolsistas e são um arrazo!!!
    Também tenho um blog sobre ballet,quando puder me faz uma visita ok?

    -Vamos trocar figurinhas

    =)

    maylopez.blogspot.com

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  3. Ola´,gostei do post...................e quanto a meninos no balé,eu já desisti,aqui no interior é pior ainda o preconceito.............

    Beijos

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  4. Vou visitar sempre!
    (Anciosa pro próximo post!)

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  5. Está muito legal seu blog Ju!! adorei todas as matérias, parabéns !

    Beijos Jéssica Telles.

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  6. tenho medo por causa do preconceito!!!
    O que euu faaço?

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